terça-feira, 27 de abril de 2010

O que eu vou ser quando crescer...

Estou tonta, até poucas horas não conseguia nem abrir o olho. Tudo rodando. Enjoo de tanto antibiótico que estou tomando. Meu rosto tá inchado..agora até que já está melhor. Me olhando no espelho lembrei de quando tinha uns 17 anos e era mais gordinha..com bochechas enormes tipo Fofão.

Sábado fiz a tal cirurgia e desde então passo horas sem ter o que fazer. Não conseguia levantar por causa da tontura, falar nem pensar, sair de casa impossível e comer, só liquido e pastoso. ECA!.

Essas horas a gente pensa em como é ruim morar sozinha e, mesmo precisando de ajuda, ter que fazer tudo eu mesma. É claro que eu poderia ter ligado pra minha mãe e ter pedido pra ela vir. Mas eu não quis incomodar. Na verdade, nem avisei a ela que iria fazer a cirurgia. Porque se eu falasse ela viria correndo, mesmo tendo que deixar a vida dela uma bagunça, o trabalho, o namorado e tudo mais. E eu sinto que durante os 25 anos que moramos juntas eu já baguncei demais sua vida. Dei muito trabalho, despesas demais, preocupações demais. Então que dessa vez decidi encarar tudo sozinha.

Fui ao dentista sozinha, fiquei mais de 3horas em uma cirurgia meio complicada, sai de lá dirigindo passei na farmácia, comprei medicamentos e sorvete e vim pra casa. Fiz minha própria comida, tomei meu banho, os remédios na hora certa, coloquei gelo, dormi muito. E tudo isso sozinha. Sem a ajuda de absolutamente ninguém. 
Confesso que logo que cheguei em casa senti uma vontade louca de chorar e de ligar pra minha casa pedindo o colo da mamãe. Mas não fiz isso. Aguentei a solidão e o medo de estar sozinha em um momento em que realmente estava muito frágil. Eu quis muito a presença de algumas pessoas esses dias mas ai eu acabei pensando que essas pessoas tem suas vidas próprias e eu não tinha o direito de aparecer sem mais nem menos e exigir que larguem tudo por mim.
Morar sozinha foi uma escolha minha. Eu decidi ser "dona do meu nariz" e tenho que assumir as consequências disso.
É claro que se fosse algo mais grave eu sairia correndo pros braços dela...mas eu achei que poderia levar isso sozinha e consegui. Hoje já estou bem melhor. Quinta volto a vida normal.
Está tudo bem. Acho que estou crescendo de verdade (já não era sem tempo...). E aprendendo a tomar conta da minha própria vida.

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