sábado, 1 de maio de 2010

Toda volta é um recomeço...

Abri a porta e ele estava lá, parado na minha frente. Cabelo desgrenhado, barba por fazer. Jeito meio largado de quem passou o dia por ai. Só uma coisa continuava exatamente igual. O cheiro era o mesmo, inconfundível e paralisante.
Fazia mais de um ano que conversamos pela ultima vez e ele me disse que era melhor terminar. Eu não entendi como poderia ser melhor mas não tive argumentos para convencê-lo do contrário. Na verdade argumentos não me faltavam o que eu não tinha realmente, era coragem de lutar pelo amor que sentia. O que eu tinha de sobra era orgulho que não me deixou pedir que ele ficasse.

E ele foi embora. Não nos vimos mais, nenhuma palavra trocada, nenhum telefonema. Distância.
É claro que morri de saudades todos os dias. Chorei até perder as forças. "Minha alegria ficou triste". Era estranho não tê-lo por perto. Não compartilhar as conquistas. Tantas conquistas ao longo desse período e em todas elas, a tristeza por não tê-lo perto.
Das músicas que ouvi, das cidades que visitei, das pessoas que conheci tudo parecia ainda caber dentro da nossa estória.
Soube que ele estava com outra, acreditei realmente no fim. Também estive com outros mas nunca consegui ir em frente. "Depois de você, os outros são os outros e só...". Isso passou a fazer muito sentido pra mim.
E agora ele estava a ali parado na minha porta. Senti meu corpo tremer, meu coração disparar. Juro que tive que segurá-lo porque ia sair pela boca.
O que dizer? O homem que eu amava estava ali, me olhando, pedindo pra voltar.


O beijo estava ainda melhor do que eu me lembrava. O toque perfeito me fazia arrepiar. Ele ainda conhecia cada parte do meu corpo. Ele sabia atiçar o meu desejo como nenhum homem no mundo era capaz de fazer.

E não havia razões para não ser feliz. Nós "estávamos livres da perfeição que só fazia estrago".

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